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Como saber se meu gato pode estar sofrendo por estresse?

O Estresse pode acometer os felinos de diversas formas e trazer sérias consequências que comprometem a saúde física, mental e social dos nossos felinos. Veja como podemos identificar e quais são os sinais.

Nossos gatinhos são animais que preservam seus comportamentos naturais e como na natureza possuem a posição de serem predadores, mas também presa, seus mecanismos de defesa são bem eficazes. Uma estratégia importante de defesa para eles na natureza, é simplesmente não demonstrar sua fragilidade enquanto enfermo, pois animais doentes estão mais susceptíveis a predação. Por isso, nossos gatinhos tendem a esconder seus sintomas de questões clínicas e psicológicas, mas eles sempre podem nos dar sinais sutis, ou não tão sutis, basta sabermos e compreendermos sobre certos comportamentos.


O estresse prejudicial ao organismo é definido como uma condição onde a previsibilidade e a capacidade de controle pelo animal está comprometida, condição esta que excede a capacidade regulatória do organismo, prejudicando assim seu bem-estar físico e psicológico. O estresse em gatos ocorre mais comumente do que imaginamos e pode ser causado por diversos fatores que ocorrem de maneira isolada ou concomitantes (mais fatores influenciando conjuntamente).


O controle e a previsibilidade (rotina) do ambiente são extremamente importantes para o bem-estar felino, pois como animais territorialistas, predadores e presas na natureza, o controle do ambiente é fundamental para a preservação de sua sobrevivência. Agentes estressores podem promover respostas de alterações fisiológicas, comportamentais e psicológicas nos gatos.


Mas o que são agentes estressores e como podemos identificar se nosso gatinho está sendo influenciado por eles?


Os agentes estressores são estímulos que podem prejudicar a saúde única do nosso gato, influenciando no aspecto físico, mental ou social, afetando assim o bem-estar dele. Para considerarmos o que pode promover um estresse prejudicial (estresse crônico) no bem-estar do nosso felino é importante considerar características específicas da espécie, assim como, fatores que podem influenciar o indivíduo propriamente, considerando sua individualidade.


Para nossos felinos domésticos, alguns agentes estressores podem ser aversivos em relação a intervenções em seu ambiente, como:


· mudança na rotina (horários do trabalho do tutor, viagem do tutor, alterações na forma de alimentação, chegada de uma nova pessoa ou outro animal na casa, reforma na residência, mudança repentina dos móveis ou objetos do gato, etc;

· barulho (obras, outros animais, etc);

· chegada de um novo gato;

· contatos negativos com as pessoas (tutores ou desconhecidas, como excesso de manipulação, tentativas enfáicas de aproximação);

· odores desconhecidos no ambiente (odores de produtos, outros animais, objetos, etc);

· mudança de residência;

· privação (de alimento, contato, outros);

· conflitos entre gatos, disputa por recursos ou demais questões sociais entre membros da casa;

· entre outros estímulos que promovam medo ou grandes alterações em sua rotina.

Mesmo citando estes exemplos de agentes que podem ser estressantes para os felinos em geral, devemos sempre considerar a individualidade de cada gato, algo que estressa um indivíduo pode não causar grandes impactos em outro. Por exemplo, a chegada de uma nova pessoa na casa pode ser estressante para um gato, mas nada estressante para outro. Os fatores que influenciam na capacidade de cada indivíduo em lidar com os agentes estressores estão relacionados a fatores como personalidade e experiências prévias.


Mas como identificar se meu gato está com seu bem-estar comprometido devido a algo que está estressando ele? Para esta resposta podemos considerar alterações físicas, fisiológicas e comportamentais. Na tabela abaixo voce pode conferir algumas evidências comportamentais que podem sinalizar que seu gatinho pode estar sofrendo por estresse.



Quando expostos aos agentes estressores de maneira prolongada, complicações clínicas e psicológicas podem surgir, atingindo a condição clínica e comportamental do gato. Alguns exemplos de efeitos do estresse na saúde física, mental e social do nosso gato estão demonstrados na tabela abaixo.


Se seu gatinho está passando por alguma das situações ou demonstrando alguma das alterações citadas acima, procure um médico veterinário e um comportamentalista felino, para lhe auxiliarem a identificar os possíveis agentes estressores e iniciarem tratamentos que envolvam os aspectos físicos e psicológicos das questões.


Uma dica para pessoas que possuem gatos filhotes é prepará-los para os desafios futuros. Gatos possuem um período enquanto são filhotes, chamado de período sensível, ou período de sociabilização. Quando apresentados a diferentes estímulos de maneira gradativa e positiva nesta fase, como: contato com pessoas diferentes, exposição a ruídos associados a momentos de brincadeiras e alimentação, transporte no carro, contato com outros animais, entre outros, tende a tornar o gato em um animal adulto mais confiante, com uma melhor flexibilidade em reagir a possíveis agentes estressores.


Adultos também possuem a capacidade de flexibilizarem seus comportamentos e existem condutas específicas e ideais para tratarmos cada caso, por isso, caso seu gatinho possa estar sofrendo por estresse, contem conosco, entre em contato com a gente na aba contato que teremos o maior prazer em auxiliá-los.



Dra Juliana Damasceno

Bióloga, mestre e Doutora em Psicobiologia

Fundadora da Wellfelis



Referências


AMAT, Marta; CAMPS, Tomàs; MANTECA, Xavier. Stress in owned cats: behavioural changes and welfare implications. Journal of Feline Medicine and Surgery, v. 18, n. 8, p. 577-586, 2016.


LANDSBERG, Gary M. et al. Handbook of behaviour problems of the dog and cat. Butterworth-Heinemann, 1997.


KARAGIANNIS, Christos. Stress as a risk factor for disease. Feline behavioral health and welfare, p. 138-147, 2015.

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